Apresentação

Edgar Kanaykõ Xakriabá

Caminhei todas as dimensões, alcanço o passado, o presente e o futuro de outras gerações. Meu verdadeiro significado é definido por diferentes olhares, desde aquele de um velho indígena, de uma criança ou de um homem “sofisticado”, do pobre trabalhador, até a história para além do historiador. Transcreve a alma, a espiritualidade. Transmite o irreal que vira realidade. Por trás de cada imagem, que retrata uma história translaçada de verdades nos relances da memória e em meio a tantas belezas, revelam-se e, ao mesmo tempo, ocultam-se segredos da “cultura natureza”, dos pássaros, dos encantados.

A fotografia fala e, se preciso, também grita. A fotografia se cala, conduz e anuncia, revela e relata e, se necessário, denuncia. Por muito tempo vivemos o ponto forte da oralidade; hoje ela se fortalece com a escrita e se embeleza com a imagem. Ela atravessa os olhos dos povos indígenas, a imagem que revela cada especificidade, no mais simples da simplicidade. A fotografia revela o ser, fortalece o saber e, principalmente, ensina a aprender. Eu sou indígena que veio ao mundo para lutar. Vivo de um olhar inspirado por meus antepassados e daqueles que um dia irão chegar. Eu sou o sonho que almeja dias melhores, wahã (eu sou) Edgar Kanaykõ Xakriabá. Vim do norte, do cerrado, das aldeias Xakriabá.

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